Professora do IPPUR promove palestra e visita à Estação de Tratamento de Água do Laranjal com estudantes da rede municipal do Rio de Janeiro
Boletim nº 71, 30 de junho de 2023
A problemática do acesso à água no Rio de Janeiro é latente, e trazê-la para o centro do debate, sobretudo com os mais jovens, é fundamental. Pensando nisso, a professora Suyá Quintslr, do IPPUR, realizou com estudantes de 7º e 8º anos da Escola Municipal José de Alencar uma palestra sobre o assunto, seguida por uma visita à Estação de Tratamento de Água do Laranjal.
Durante a palestra os/as estudantes puderam aprender mais sobre o direito fundamental do acesso à água e debateram sua tão frequente violação. Compreenderam as dificuldades que enfrentam as pessoas que não têm seu direito resguardado, muitas vezes tendo que furar poços ou desviar a água encanada ilegalmente, o que pode ocasionar problemas de saúde pela ausência de tratamento ou fazer com que a água eventualmente seja cortada. Observaram, ainda, como esse problema vem se tornando mais urgente, com o crescimento populacional somado ao aumento da poluição e ao aprofundamento das desigualdades sociais.
Já na visita à ETA do Laranjal, no município de São Gonçalo, os/as estudantes puderam ter um contato mais vivencial com o tratamento de água. Ao chegarem no local, assistiram à palestra preparada pelos funcionários da CEDAE, que explicaram as etapas do tratamento de água, bem como a importância da preservação dos rios e da educação ambiental. Foram apresentados projetos da empresa nesse viés, tais como o Replantando Vida, que trabalha o plantio de espécies nativas da mata atlântica com apenados, buscando assim sua ressocialização associada à salvaguarda do meio ambiente.
No momento de conhecer as instalações, os/as adolescentes puderam observar onde e como são feitos os processos físicos e químicos do tratamento da água, o laboratório de controle de processos e o laboratório do controle de qualidade. Compartilharam também suas próprias experiências em relação ao acesso à água e à qualidade da água que consomem em suas casas.
Toda a experiência conduzida pela professora Suyá foi um rico momento de troca, trazendo a vivência como parte do aprendizado, o que Paulo Freire defendia como imprescindível à educação: “a leitura do mundo precede a leitura da palavra” (FREIRE, 1989).