O golpismo como processo
Boletim nº 68, 29 de março de 2023
Em artigo publicado no site A Terra é Redonda, de 11/2/2023, intitulado “O golpismo como processo”, Henri Acselrad, professor do IPPUR/UFRJ, e Juliana Neves Barros, professora da UFRB e doutora pelo IPPUR/UFRJ, analisam o modelo de apropriação privada de espaços comuns dentro do projeto político do fascismo bolsonarista.
O texto retoma, a partir da crise provocada pela liberação bolsonarista da mineração ilegal em terras Yanomami, a discussão sobre a relação entre o projeto político do neofascismo brasileiro – incluindo suas dimensões golpistas – e o modelo de acumulação de riqueza. Os autores pretendem mostrar como a ascensão de forças neofascistas ao governo federal, a partir de 2019, desencadeou um processo de desconstrução dos compromissos regulatórios que haviam prevalecido após o fim da ditadura, impondo um regime que veio servir, de forma muito mais direta, aos propósitos de fazer avançar a fronteira de exploração de terras e recursos e destituir de direitos territoriais os grupos que ocupam as áreas cobiçadas pelas empresas extrativas. Estas forças buscaram, assim, assegurar os meios de apropriação privada dos espaços comuns, com a transformação da acumulação por despossessão – mecanismos de coerção extraeconômica que operam a despossessão de terras camponesas e tradicionalmente ocupadas – em eixo de um projeto político.
Confira o artigo completo aqui.